A Pessoa Errada
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Posted:Jan 31, 2008 1:14 pm
Last Updated:Feb 14, 2008 4:42 pm 3926 Views
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"Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho! Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono. Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa. Nada aqui é certo! O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo,conseguindo... E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo" Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..."
Luis Fernando Veríssimo
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Quando digo que te amo
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Posted:Jan 30, 2008 9:12 am
Last Updated:Mar 5, 2008 12:17 pm 3063 Views
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Quando digo que te amo, Não estou dizendo nada Não encontro as palavras Do tamanho desse amor
Quando digo que te amo, É o que estou sentindo E o que existe de mais lindo Ainda é pouco para este amor
E se alguém me perguntar Se é possível medir o amor Eu vou falar Que é o mesmo que contar Com um conta-gotas Quantas gotas tem o azul do mar
Mas se você quer saber O tamanho desse amor que é tão bonito Eu não sei o que dizer Pois não sei qual o tamanho do infinito
Quando digo que te amo Eu ainda estou mentindo Se o que digo de mais lindo Ainda é pouco para este amor
Roberto Carlos & Erasmo Carlos
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Os meus sonhos
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Posted:Jan 29, 2008 9:21 am
Last Updated:Feb 19, 2008 3:54 am 3823 Views
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I
Como era belo esse tempo De tão doces ilusões, De tardes belas, amenas, De noites sempre serenas, De estrelas vivas e puras; Quadra de riso e de flores Em que eu sonhava venturas, Em que eu cuidava de amores.
(...)
II
Sonhei que o mundo era um prado Lindo, lindo, matizado Das flores do meu jardim; Sonhei a vida uma estrada De gozos entrelaçada, De gozos que não têm fim.
Esses sonhos de magia Criei-os na fantasia À meiga luz do luar, E quando conta segredos Na rama dos arvoredos Na brisa que beija o mar.
(...)
III
Mentira, tudo mentira! Os meus sonhos... ilusões! As cordas da minha lira Já não soletram canções, A mente já não delira, E se louco num momento Revolvo no pensamento Esse passado de amores... Se triste o peito suspira... Eu ouço um eco da terra Bradar-me com voz que aterra: — Mentira, tudo mentira!
Foram sonhos. Eram lindos, Eram lindos... mas passaram! E desses sonhos já findos Só lembranças me ficaram. Só lembranças bem saudosas Dessas noites tão formosas Em que os sonhos despontaram, Só lembranças desses sonhos, Desses sonhos que passaram!... Hoje vivo, se é que é vida
Andar com a fronte pendida Calado e triste a cismar; E nessa imensa tristeza, Nessas horas de incerteza Em que adormece o luar, Em que toda a natureza É silêncio, amor e paz, Eu sinto a alma saudosa Perguntar com voz queixosa: — Lindos sonhos, onde estais?! Então um eco medonho Responde por cada sonho com um gemido... e nada mais!
Casimiro de Abreu
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People are strange
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Posted:Jan 28, 2008 12:38 am
Last Updated:Sep 13, 2008 1:36 pm 3052 Views
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"People are strange when you're a stranger Faces look ugly when you're alone Women seem wicked when you're unwanted Streets are uneven when youre down When you're strange Faces come out of the rain When you're strange No one remembers your name"
THE DOORS
Pessoas são estranhas
As pessoas são estranhas quando você é um estranho Rostos ficam feios quando você está só As mulheres parecem malvadas quando não lhe querem As ruas são irregulares quando se está triste Quando você é um estranho Rostos se formam na chuva Quando você é um estranho Ninguém se lembra do seu nome
THE DOORS
La gente es extraña
La gente es extraña, cuando tu eres un extraño Los rostros se ven feos cuando estás solo Las mujeres parecen traviesas cuando no eres deseado Las calles desiguales cuando estás abajo Cuando eres un extraño Los rostros salen de la lluvia Cuando eres un extraño Nadie recuerda tu nombre
THE DOORS
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Os Corações Não São Iguais
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Posted:Jan 27, 2008 6:09 pm
Last Updated:Mar 5, 2008 12:19 pm 3145 Views
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Você tem o tempo que quiser De você aceito o que vier Menos solidão Me promete tudo outra vez A esperança louca de um talvez Me basta a ilusão Só te peço o brilho de um luar Eu só quero um sonho pra sonhar Um lugar pra mim Eu só quero um tema pra viver Versos de um poema pra dizer Que eu te aceito assim
O que eu sei é que jamais vou te esquecer Eu me agarro nessas fantasias pra sobreviver Eu não sei se estou vivendo de emoção Mas invento você todo dia pro meu coração
Deixou saudade e nada mais Por que é que os corações não são iguais Diga que um dia vai voltar Pra que eu passe minha vida inteira me enganando Deixou saudade e nada mais Por que é que os corações não são iguais Diga que um dia vai voltar Pra que eu passe minha vida inteira te esperando
Bonde do Forró
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Quase sem querer
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Posted:Jan 27, 2008 12:47 pm
Last Updated:Jan 30, 2008 5:15 pm 3560 Views
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Tenho andado distraído, impaciente e indeciso. Ainda estou confuso, só que agora é diferente, estou tão tranquilo e tão contente. Quantas chances desperdicei quando o que mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém. Me fiz em mil pedaços pra você juntar e queria sempre achar explicação pra o que eu sentia. Como um anjo caído, fiz questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo. Já não me preocupo se eu não sei porquê, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você. Tão correto e tão bonito, o infinito é realmente um dos deuses mais lindos. Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas? Me disseram que você estava chorando, e foi então que eu percebi como lhe quero tanto. Já não me preocupo se eu não sei porquê, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu quero o mesmo que você.
Renato Russo
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Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (1913-1980) coletnea
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Posted:Jan 25, 2008 12:44 pm
Last Updated:Jul 4, 2010 10:35 pm 4610 Views
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O Haver
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura Essa intimidade perfeita com o silêncio Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo - Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo Essa mão que tateia antes de ter, esse medo De ferir tocando, essa forte mão de homem Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos Essa inércia cada vez maior diante do Infinito Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade Do tempo, essa lenta decomposição poética Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio Numa catedral em ruínas, essa tristeza Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado De pequenos absurdos, essa capacidade De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade De aceitá-la tal como é, e essa visão Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior De mundos inexistentes, e esse heroísmo Estático, e essa pequenina luz indecifrável A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade Pelo momento a vir, quando, apressada Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto Esse eterno levantar-se depois de cada queda Essa busca de equilíbrio no fio da navalha Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo Infantil de ter pequenas coragens.
Vinicius de Moraes
El Haber
Resta, sobre todo, esta capacidad de ternura esta intimidad perfecta con el silencio esta voz entrañable pidiendo perdón a todo: —¡Piedad! porque ellos no tienen la culpa de haber nacido...
Resta este antiguo respeto por la noche, este hablar bajito esta mano que tantea antes de tomar, este miedo de herir tocando, esta fuerte mano de hombre llena de mansedumbre hacia todo lo que existe.
Resta la inmovilidad, esta economía de gestos esta inercia cada vez mayor ante el infinito este balbuceo infantil de quien quiere expresar lo inexpresable este irreductible rechazo a la poesía no vivida.
Resta la comunión con los sonidos, este sentimiento de la materia en reposo, esta angustia de la simultaneidad del tiempo, esta lenta descomposición poética en busca de una sola vida, una sola muerte, un solo Vinicius.
Resta este corazón quemándose como un cirio en una catedral en ruinas, esta tristeza ante lo cotidiano; o esta súbita alegría de oír pasos en la noche que se pierden sin memoria...
Restan las ganas de llorar que despierta la belleza esta cólera ante la injusticia y el desencuentro esta inmensa pena de uno mismo, esta inmensa pena de uno mismo y de su fuerza inútil.
Resta este sentimiento de la infancia arrancado a pequeños absurdos, esta tonta capacidad de reír sin motivo, este ridículo deseo de ser útil y este coraje para comprometerse sin necesidad.
Resta la distracción, la disponibilidad, este dejarse estar de quien sabe que todo ya fue como es en lo que vendrá y al mismo tiempo estas ganas de servir, esta contemporaneidad con el mañana de los que no tuvieron ayer ni hoy.
Resta la facultad inconmovible de soñar de transformar la realidad, dentro de esa incapacidad de no aceptarla sino como es, y esta visión amplia de los acontecimientos, y esta impresionante
E innecesaria preciencia, y esta memoria anterior de mundos inexistentes, y este heroísmo estático, y esta pequeñísima luz indescifrable a la que los poetas dan a veces el nombre de esperanza.
Resta el deseo de sentirse igual a todos de reflejarse en miradas sin curiosidad y sin historia resta esta pobreza intrínseca, esta vanidad de no querer ser príncipe sino del propio reino.
Resta este diálogo diario con la muerte, esta curiosidad ante el momento que vendrá, cuando, apresurada ella entreabra mi puerta como una vieja amante sin saber que es mi última novia.
Vinicius de Moraes
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Eu e tu
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Posted:Jan 24, 2008 6:21 pm
Last Updated:Apr 30, 2011 11:32 am 3784 Views
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Vem fazer parte de mim. Aceita ser minha cara metade mas antes conhece um pouco da minha sombra também, o meu lado sombrio. Remexe esta, que à luz espreita, e conhece meus medos onde repousa a paixão incontida e os lampejos de felicidade. Onde minha carência se arrasta atrás de uma migalha de atenção e onde mora a minha covardia.
Quero abandonar-me, com a cabeça à água, deitado sobre o bote e com o leme livre flutuando aos ventos onde a brisa me levar.
the_lonely_guy
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Posted:Jan 24, 2008 6:07 am
Last Updated:Feb 20, 2008 6:33 pm 4204 Views
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“Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda a exuberância de meu ciúme e de meu horror”.
Albert Camus
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José Francisco Isidoro Luis Borges (1899 - 1986) coletânea
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Posted:Jan 23, 2008 5:20 pm
Last Updated:Apr 19, 2011 10:15 pm 3369 Views
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Gostava muito de repetir esta sentença de Carlyle:
"A história universal é um texto que somos obrigados a ler e a escrever incessantemente e no qual também somos escritos".
Lua Defronte - 1925
Minha Vida Inteira
Aqui outra vez, os lábios memoráveis, único e semelhante a vós. Sou essa intensidade torpe que é uma alma Persisti na aproximação da alegria e na privacidade do sofrimento. Atravessei o mar Conheci muitas terras; vi uma mulher e dois ou três homens. Amei uma menina altiva e branca, de uma hispânica quietude. Vi um arrabalde infinito onde se cumpre uma insaciada imortalidade de poentes. Saboreei numerosas palavras. Creio profundamente que isso é tudo e que não verei nem farei coisas novas. Creio que minhas jornadas e minhas noites se igualam em pobreza e riqueza às de Deus e às de todos os homens.
Jorge Luis Borges
Luna de Enfrente - 1925
Mi Vida Entera
Aquí otra vez, los labios memorables, único y semejante a vosotros. He persistido en la aproximación de la dicha y en la intimidad de la pena. He atravesado el mar. He conocido muchas tierras; he visto una mujer y dos o tres hombres. He querido a una niña altiva y blanca y de una hispánica quietud. He visto un arrabal infinito donde se cumple una insaciada inmortalidad de ponientes. He paladeado numerosas palabras. Creo profundamente que eso es todo y que ni veré ni ejecutaré cosas nuevas. Creo que mis jornadas y mis noches se igualan en pobreza y en riqueza a las de Dios y a las de todos los hombres.
Jorge Luis Borges
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