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DR. ALEXANDRE VAZ TAVARES DR. ALEXANDRE VAZ TAVARES Alexandre Vaz Tavares, ERA FILHO DE Antonio Tavares e Florinda Ferreira Vaz Tavares. Nasceu em 08 de agosto de 1858 em Macapá, e FALECEU EM 03 DE ABRIL DE 1926. Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 10 de setembro de 1884, com a tese inaugural sobre “SÍFILIS CONGÊNITA”. Foi republicano histórico segundo relato de alguns amigos, dentre eles: Acilino de Leão, onde destingiu-se no advento do regime, escrevendo a letra do HINO REPUBLICANO PARAENSE. Segundo o Dr. Elias Viana, ALEXANDRE VAZ TAVARES fôra o “nosso ROUGET DE LISLE” Foi nomeado professor de física e química da Escola Normal e eleito deputado estadual. Em 1894, no primeiro governo Lauro Sodré, exerceu a função de diretor da Instrução Pública. Em 1916 foi nomeado médico da saúde publica e no segundo governo Lauro Sodré foi diretor do Ginásio Paes de Carvalho em 1918. Foi designado, em 1922, prefeito municipal de Macapá. De seu ESTRO POÉTICO, escreveu uma homenagem ESPECIAL A CIDADE DE MACAPÁ. A poesia MACAPÁ. Poesia: MACAPÁ Autor: ALEXANDRE VAZ TAVARES Na esquerda margem selvosa Do Rio-mar, o Amazonas, Pensativa e descuidosa Como essas gastas madonas Das noites de bacanal, Descansa da actividade Dos anos, na nova idade, A minha amada cidade, Minha cidade natal. Para Leste orientada, Em face encara o Nascente, De onde lhe envia a Alvorada Um beijo róseo-nitente Em cada raio de Sol. À noite, a Lua de prata Fios de perolas desata Por entre a florida mata Onde dorme o rouxinol. Ao Oiapoque, o guiano, Vão seus solos marginais, Que se prolongam, no plano Na das divisões boreais, Em serras em alcantil. A Oeste, vastas campinas, Amplo tapiz de boninas, com pingues raças bovinas, Riquezas e encantos mil. Por atalaia gigante Ou por sinal de defesa, Do granito mais possante Levanta uma FORTALEZA Negras muralhas ao Sul. Outrora, adornadas de aço, Faziam troar o espaço Dos canhões seus co o fracasso, No vasto horizonte azul. Outrora, quando ascendia Sobre aquela grimpa ingente, Entre os sons da artilharia O pendão aurifulgente, O auri-verde pavilhão; Trajava a cidade inteira Alva roupagem faceira, Pela data brasileira, Ou festa de devoção. Então, que alegre não era Ver-se o lêdo rodopio, Em manhãs de primavera Ou nas tardinhas do estio, De um povo em festa a folgar: Moças, com laços de cores, Raparigas com mil flores, Rapazes buscando amores... Tudo era rir e brincar! Hoje... Lá jaz o colosso Quase em total abandono, Formando quase um destroço Na triste mudez do sono Do desprezo mais cruel. É correção de soldados, É presídio de forçados, É terror de condenados De criminosos, quartel. Hoje o bronze já não salva Da gallharda bateria, Quer assome a Estrela d’Alva, Quer venha a findar o dia. Não fosse a luta feral Do Rio-mar com a procela, Ou os brados da sentinela Quando, acaso, a noite vela, Fora tudo em paz mortal... ................................................................................... Maldito! Maldito seja Vezes mil um tal Governo Que insaciável deseja Céus e terra e até o averno Desfeitos em ouro só!... Maldito, porque os legados Dos nossos antepassados, Em vez de serem zelados, São desprezados sem dó! Sim! Maldita a Monarquia, Aleijão dos privilégios Que cegamente confia Aos fátuos caprichos régios A sorte de uma Nação. Ao sistema – imperialismo, Ao torpe maquiavelismo D’El-Rei Senhor – Egoísmo, Maldição! Sim, maldição!... Dorme, Cidade, e em teu sono Sonha os fulgores de outrora... Veneza já teve um trono, Já foi dos mares senhora E as nações já leis ditou: Mas, hoje... ei-la: descansa, Rememorando a pujança Do fastigio, que a mudança Dos tempos lhe arrebatou... Dorme!... Tens aos teus pés prostrado O Rio-mar, bardo eterno, Que entoa sempre inspirado Ora, o canto mais galerno, Ora, os hinos do tufão... Dorme aos sons das cavatinas Das aves entre as cortinas Dessas florestas divinas. De teu risonho sertão! (Agosto de 1889, MACAPÁ- (PARÁ) ALEXANDRE VAZ TAVARES FOI O PRIMEIRO CANTOR de uma cidade chamada Macapá, segundo Acilino de Leão. |
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