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necamachado
(neca machado HILL)
62F
12 posts
4/8/2007 4:06 pm
MUITO INTERESSANTE..................

reprodução interessante

José Maschio na Folha de São Paulo, de hoje

O Ministério Público Federal no Amapá vai pedir a quebra do sigilo bancário de empresas que podem ter colaborado com um suposto caixa dois para a campanha à reeleição do governador Waldez Góes (PDT).
O empresário Nivaldo Silva, dono da Globo Distribuidora de Medicamentos, suspeita de colaborar com o caixa dois, disse que recebeu R$ 1 milhão do governo para depois devolver R$ 600 mil.
“Vamos analisar se esse dinheiro entrou e saiu logo depois”, disse Rodrigo Santos, procurador-chefe da República no Estado.
Em nota divulgada anteontem, Góes negou envolvimento com as supostas irregularidades.

O funcionário da Globo Distribuidora Ltda, Antônio José Rodrigues da Silva, conhecido como Tecão, confessou à Policia Federal (PF) que em outubro de 2006 teria sido desviado o montante de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) da Secretaria de Saúde do Estado (SESA), para o financiamento da campanha política do governo no estado do Amapá.
No depoimento prestado no último dia 23 de março, Tecão afirma que a GLOBO emitiu nota fiscal e recebeu aproximadamente R$ 1.500.000,00 (Um milhão e quinhentos mil reais) sem que os medicamentos tenham sido entregues. Na verdade o dinheiro era destinado à campanha política e teria sido entregue ao chefe de gabinete da secretaria de saúde do estado, José Gregório Ribeiro.
Na PF, Antônio José Rodrigues é identificado como comerciante, mas segundo o ex-sócio da Distribuidora Globo, Dilton Ferreira Figueiredo, Tecão seria funcionário da empresa, responsável pela parte financeira (recebimentos e pagamentos).
José Rodrigues confirmou também que fazia todo o controle das propinas pagas e registrava esses valores em folha de papel avulso, identificando as pessoas como “FAC”, BRÁZ era identificado como “ZULU” e CÉSAR, funcionário da Secretaria de Saúde era identificado por “CZ”.
Funcionário da Globo desde 2003 Tecão afirma que desde a gestão de Sebastião Rocha a frente da SESA vinha sendo efetuado pagamento de propina para funcionários do alto escalão do governo. O atual deputado federal Sebastião Rocha (PDT) teria recebido de uma só vez mais de R$ 200 mil da empresa.

Atuação de Gregório
José Gregório foi preso pela PF ainda durante a Operação Antídoto I e segundo o delegado federal, Jessé Coelho de Almeida, tudo indica que ele tinha muito mais poder dentro da Secretaria de Saúde do que o titular da pasta. Gregório foi indicado para o cargo pelo coordenador geral da campanha de Waldez Góes ao governo em 2006, senador Gilvam Borges (PMD. Recentemente mesmo diante de denuncias de corrupção que motivaram a exoneração do ex-secretário de saúde também indicado pelo PMDB, médico Abelardo Vaz, o chefe de gabinete foi mantido no cargo até ser preso pela PF.
Segundo o proprietário da Distribuidora Globo, Nivaldo Aranha da Silva, logo que assumiu a chefia de gabinete da Sesa, José Gregório, teria dito que seu objetivo era eleger os candidatos do PDT e partidos coligados, e para tanto, contava com o apoio dos empresários do setor de medicamentos.

Confissões harmonizam

A confissão de Tecão foi confirmada logo depois por Nivaldo Aranha da Silva. Nivaldo confessou que no final de 2006, próximo as eleições, foi chamado juntamente com o empresário Aparício Couto Júnior, dono da JR Hospitalar, para uma reunião com o então chefe de gabinete da SESA, José Gregório . Durante o encontro Gregório propôs um acordo onde fosse feito pelo Governo do Estado um pagamento fictício a favor da empresa Globo e da empresa JR Hospitalar. O próprio chefe de gabinete teria dito que o dinheiro seria utilizado na campanha eleitoral, ou seja, os recursos iriam apenas passar pela conta das empresas e repassados para a campanha. Nivaldo teria restituído 70% do valor a Gregório e enquanto Aparício teria ficado com todo o dinheiro.

Repercussão
Na edição do dia 03 o jornal Folha de São Paulo revela que existe uma investigação em curso sobre o financiamento de campanha de Waldez Góes no pleito passado. Segundo a reportagem assinada por Cintia Acayaba, o procurador-chefe da República no Amapá conclui que “O que apareceu nas fitas e que deve ser investigado é a questão do financiamento da campanha do governador, que pode ter sido legal ou não”.
Um dia antes, o jornal O Globo faz menção ao governador Waldez Góes como investigado pela Polícia Federal no caso de desvio de recursos destinados à compra de medicamentos.

Veja integra do depoimento de TECÃO a PF.

Antônio José Rodrigues da Silva passou a ser INTERROGADO pela autoridade policial, respondendo QUE trabalha na GLOBO Distribuidora desde Janeiro de 2003; Que seu trabalho é interno e que só eventualmente ia à Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) para conferir a entrega de medicamentos; QUE, de 2005 a 2006, os contatos que fazia na CAF eram com a Dra. LARISSA (medicamentos excepcionais e controlados), o Dr. Ronaldo (Correlatos) e a Dra. ÉRICA (medicamentos básicos); QUE esse contato era exclusivamente para tratar da entrega de medicamentos; Que o único contato que teve com a Coordenadora NÁDIA foi uma vez quando ela foi à GLOBO procurar o DILTON; QUE em 2005 foi chamado na CAF para conferir entrega, pois o então chefe, Dr. Edílson, identificou a falta de entrega de medicamentos; QUE o montante de medicamentos não entregue, segundo a CAF, equivalia a um valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); QUE, no entender do interrogatório na ocasião a GLOBO tinha crédito e não débito na entrega de medicamentos; Que a após comparar as planilhas concluíram que a GLOBO devia aproximadamente R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em medicamentos; QUE, apesar desse fato, à exceção de um único caso, não sabe de eventuais recebimentos antes que os medicamentos tenham sido entregues; QUE o único caso que sabe ocorrido em outubro/2006, foi quando a GLOBO emitiu nota fiscal e recebeu o valor aproximadamente R$ 1.500.000,00 sem que os medicamentos tenham sido entregues; QUE esse dinheiro se destinava à campanha política; QUE esse dinheiro, conforme lhe informou NIVALDO, foi entregue a JOSÉ GREGÓRIO; QUE sabia que a GLOBO pagava propinas à funcionários públicos; QUE até 2005 essas propinas eram entregues pelo DILTON; QUE em 2006 o NIVALDO disse ao interrogado que entregou pouco mais de um milhão de reais, dividido em parcelas, a JOSÉ GREGÓRIO; QUE o NIVALDO disse também que esse dinheiro era para campanha política; QUE, como esse dinheiro foi entregue a um funcionário público acredita que foi destinado à campanha política do Governo; QUE registrava esses valores em folha de papel avulso, identificando as pessoas como “FAC”; QUE os diversos pagamentos para BRÁZ eram identificados como “ZULU”; QUE diversos pagamentos pêra CÉSAR, funcionário da Secretaria de Saúde era identificado por “CZ”; QUE a GLOBO pagava despesas de hotel para WALTER, funcionário da Secretaria de Saúde; QUE nos seus controles também tinha comissão de 5% (cinco por cento) pagos à esposa do Secretário, FABIOLA SERRANO; QUE pelo que lembra esses pagamentos eram registrados com a sigla “SC”; QUE houve pagamento também, com essa mesma sigla, durante a gestão do Secretário de Saúde BALA (SEBASTIÃO ROCHA); QUE lembra de um pagamento destinado à BALA em valor acima de R$ 200.000,00 (duzentos mil); QUE conforme informou DILTON, esse pagamento foi feito através de BRÁZ; QUE em 2006 à pedido de NIVALDO levou o dinheiro em espécie para as bioquímicas da CAF; QUE na ocasião ao entregar o dinheiro à Dra. ERICA, está pediu que o entrega-se ao seu marido, que já estava esperando; QUE o valor entregue ao marido da Dra. ÉRICA foi de 82.000,00 (oitenta e dois mil reais); QUE, além disso, na mesma ocasião, entregou, também dinheiro para à Dra. LARISSA, mas não lembra o valor; QUE entregou, também, dinheiro para a Dra. PATRINE, bioquímica que passou a substituir o Dr. Ronaldo, mas que também não lembra o valor; QUE NIVALDO ajudou na campanha da Prefeitura ODILEIDA, de Altamira/PA, com R$ 100.000,00 (cem mil reais); QUE não sabe de registro contábil desse dinheiro; QUE orientou JÂNIO, também empregado da GLOBO, a como proceder para fraudar licitação em Altamira/PA; QUE essa pretendida fraude visava recuperar o dinheiro pago para a campanha da prefeita da prefeita ODILEIDA; QUE apesar da orientação, não conseguiram a fraude almejada; QUE JÂNIO lhe disse ao telefone que pagaria dinheiro a JOÃO FAIS, provável concorrente no processo licita tório, para garantir que 100% (cem por cento) do material a ser vendido seria destinado à GLOBO Distribuidora;; QUE em março de 2006 conversou com o JÂNIO para que ambos arrumassem propostas de outras empresas para garantir a vitória da GLOBO em licitação na Secretaria de Saúde de Altamira/PA; QUE a GLOBO não oferece produto por preço baixo do valor do mercado; QUE sabia que nas concorrências para a venda de medicamentos haviam empresas que licitavam por preço abaixo ao mercado; QUE o fato de a GLOBO Distribuidora vender para a |Secretaria de Saúde mais do que a JR HOSITALAR, se explica porque a GLOBO ofereceu preço menor do que as demais empresas nos itens em que venceu a licitação; QUE conhece APARÍCIO DO COUTO JUNIOR, dono da JR HOSPITALAR, desde 1982; QUE não conhece MARLINDO SERRANO, MARLON COSTA BORGES, BRÁZ e FRANK GÓES; QUE conhece STÊNIO FRANÇA LOBATO; QUE tem mantido contato com este há mais de um ano; QUE acredita que o DIONE, sócio da GLOBO no tempo do DILTON, pagava propina ao STÊNIO para acelerar o trâmite de documentos da GLOBO; QUE seguiu orientação do NIVALDO ARANHA DA SILVA para realizar todas as práticas ilícitas relatadas; QUE nada mais havendo a ser consignado. É encerrado o presente, que lido e achado conforme, é assinado pela autoridade policial.